A Bahia aparece com destaque negativo no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024: cinco cidades baianas estão entre as 10 mais violentas do Brasil. Em números absolutos, o estado lidera o ranking nacional de violência. Quando considerada a taxa proporcional à população, a Bahia é o segundo estado mais violento do país, ficando atrás apenas do Amapá.
O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base nos dados do ano anterior. Jequié, localizada no sudoeste baiano, ocupa a segunda posição no ranking nacional de violência, atrás apenas de Maranguape (CE). Também figuram na lista as cidades de Juazeiro, Camaçari, Simões Filho e Feira de Santana.
Apesar da posição preocupante, houve sinais de melhora. A Bahia teve uma redução de 8,4% nas mortes violentas em relação ao ano anterior. Quatro das cinco cidades baianas no topo do ranking registraram queda nas taxas de homicídio. Juazeiro foi a única que apresentou aumento.
As taxas de violência são calculadas com base em mortes violentas por grupo de 100 mil habitantes. Confira os números de 2024:
| Cidade | Posição no ranking | Taxa em 2023 | Taxa em 2024 |
|---|---|---|---|
| Jequié | 2º | 84,4 | 77,6 |
| Juazeiro | 3º | 74,4 | 76,2 |
| Camaçari | 4º | 90,6 | 74,8 |
| Simões Filho | 7º | 75,9 | 71,4 |
| Feira de Santana | 10º | 74,5 | 65,2 |
Outras cidades baianas que também aparecem no ranking, embora em posições mais baixas, são Porto Seguro, Santo Antônio de Jesus, Ilhéus e Salvador.
De acordo com o Fórum, a violência nessas localidades está diretamente relacionada a disputas entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) declarou que tem trabalhado para combater o crime organizado e que houve redução nas mortes violentas nos últimos dois anos — queda de 6% em 2023 e de 8,2% em 2024. A SSP informou ainda que a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) atuou de forma específica em Jequié, o que teria contribuído para a estabilidade nos índices da cidade. No entanto, não foram fornecidos detalhes sobre o tipo de ação realizada.
